“Os produtores de Rondônia estão há um ano sendo prejudicados pela insensibilidade do Ibama. Neste mês de março completou um ano que a jazida de calcário de Espigão D ’Oeste foi fechada pelo Ibama e os produtores estão sendo obrigados a comprar calcário no Estado do Mato Grosso onde o preço é muito mais caro”. Foi com essas palavras que o deputado estadual Jesualdo Pires (PSB de Ji-Paraná) ao usar a tribuna da Assembléia Legislativa resumiu o sentimento de frustração de milhares de produtores rurais quanto à interdição da única Jazida de Calcário de Rondônia.
Conforme o deputado, em todos os municípios há produtores reclamando desta situação e o Ibama está irredutível. A proibição de extração impede que o calcário seja distribuído gratuitamente pelo Governo e causa grande transtorno aos pequenos produtores que necessitam do produto para ajudar na fertilização de suas propriedades.
Em março do ano passado a jazida foi fechada com a alegação de que uma das grutas existentes próxima ao local de extração estava sofrendo danos ambientais.
Jesualdo criticou a argumentação do órgão e ressaltou que o Calcário estava sendo utilizado pelo Governo do Estado como um instrumento de prevenção do meio ambiente. “O calcário estava sendo utilizado para correção do solo das propriedades rurais. A correção evita que o produtor desmate outras áreas”, rebateu.
Pires afirmou ainda que em Rondônia existem milhares de produtores que não têm condições de adquirir calcário e a ação do Ibama está obrigando os pequenos produtores a realizarem mais desmatamentos. “Se o produtor não tem uma área de plantio fértil, inevitavelmente ele terá que buscar outro lugar para cultivar e não terá outro meio senão o desmatamento de novas áreas”.
Em aparte cedido ao deputado Ribamar Araújo (PT), também foi exposto que a prefeitura de Porto Velho está com vários caminhões que foram adquiridos para o transporte de calcário aguardando a liberação da Jazida.
Ao finalizar o Dep. Jesualdo mostra seu inconformismo ao afirmar que o Governo do Estado enfrenta situação idêntica, onde vários caminhões caçamba de grande porte que deveriam fazer o transporte do calcário gratuitamente estão esperando a liberação. ”É um absurdo e uma falta de respeito do Ibama com o estado de Rondônia e nossos produtores”, concluiu.